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Topic: Lista de Discussão Clube-de-Xadrez (portuguese)
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BoeingBrazil flag
Mar 25 2006 11:31 PM
Tbém fiquei muito tempo sem jogar com "humanos"...
Tive que esperar meus moleques crescerem um pouco.
Hoje Pedro com 13 e Thiago com 9 jogam razoavelmente bem,e me orgulho de vê-los jogar "direitinho" contra bons jogadores aqui.
Bons jogos para Vcs todos!



becoBrazil flag
Mar 26 2006 03:09 AM
Gente, maravilhosa a seção que vocês criaram aqui, estas discussões amistosas!

Desculpem-me por não estar participando ativamente, podem reparar que parei quase toda minha participação nos fóruns... É que estou com uma viagem importante e o trabalho de doutorado tudo acumulado para os próximos 4 meses...

Assim que eu puder, volto a papear com todos!

Bons jogos a todos! :-)

csparrowBrazil flag
Mar 26 2006 05:27 AM
Obrigado, Roberto, pela explicação.

Já joguei a Francesa (Rubinstein e Winawer), mas foi há muito tempo. Não gosto de enfrentar alguns problemas - sobretudo aquele que é clássico, o problema do bispo da dama.

Quanto à casa e5 na Siciliana, é interessante. A maioria dos jogadores (não profissionais, certamente) parece hoje achar que o que caracteriza, por exemplo, a Najdorf, é o lance a6 (1.e4 c5 2.Nf3 d6 3.d4 cxd4 4.Nxd4 Nf6 5.Nc3 a6). Na verdade, não é - o objetivo do lance a6 é possibilitar e5, ao impedir que um cavalo se coloque em b5 (é para impedir sobretudo o cavalo, e não o bispo, de se alojar aí que o lance a6 é feito). Se depois de 6.Be3 as negras jogam 6...e6, ao invés de 6...e5, alcançamos a Scheveningen, por transposição. Não é, certamente, uma diferença apenas de nome: a abordagem por parte das negras é diferente.

No entanto, 5...e5 aumenta o papel da casa d5. Afinal, estamos diante de um buraco em d5. Se as negras dominam essa casa, adeus para as brancas, capivaradas posteriores (e sempre possíveis) à parte.

Hoje, por coincidência, dei de cara com mais um texto do Harding (e este de 1996), em que ele trata com a maior naturalidade o uso de programas no postal. Porém, me pareceu que ele estava falando de outra coisa diferente dos programas de hoje, pois o texto (o final dele) é sobre o uso de gambitos para confundir o adversário e o computador que o adversário está usando - o que ele chama de "gambitos randômicos". Duvido muito que hoje em dia um desses programas se confundisse com isso. Mas não tenho certeza. Não sei se de 1996 para cá os programas evoluíram muito, ou se são basicamente os mesmos.

robelixBrazil flag
Mar 27 2006 10:54 PM
Gostei da explicação do a6. Já tinha me perguntado algumas vêzes o porquê mas depois deixei pra lá, mesmo porque não jogo siciliana de pretas nem jogo e4 de brancas, embora tenha que ficar de olho aberto com os espertinhos tentando transposições. Jogando Francesa também têm umas variações que podem transpor pra sicilianas fechadas, mas no final tudo isso é bla bla bla, e o negócio é prestar atenção na formação de peões pra não se confundir. Por exemplo, eu jogo muito Colle de brancas, e tem um monte de partidas que tornam-se francesas peão por peão, então não adianta às vêzes se agarrar nesses nomes!

Uma coisa que você não pode duvidar é sobre o progresso dos programas! Em 96, se não me engano, a versão de fritz (que pouca gente conhecia) no mercado era 2.0 ou 3.0. Bote uma versão dessa pra jogar contra qualquer programinha desses tipo Fritz 9, Shereder, Junior pra você ver como ele é trucidado!

1996 também foi o auge da luta do ser humano contra a besta que ele mesmo criou, com Kasparov vencendo o monstrinho da IBM com facilidade. Mesmo na revanche, que Kasparov perdeu, ainda assim ele ainda tentou essas gracinhas anti-computador da época, com coisas como sair de 1.a3 pra ver se fundia o danado, ou fazia ele perder tempo precioso na abertura! O feitiço virou contra contra o mago e ele é que se ferrou em complicações inusitadas, e também jogou mal pra cacete.

No evento de 2002 (ou 2003?) que terminou empatado, pra surprêsa e decepção no mundo todo, o programa é que teve um desempenho frustrante, com a principal fraqueza dos softwares ficando escancarada: os bichos são uma tristeza em partidas muito truncadas, com aquelas cadeias de peões entrelaçadas. Eles simplesmente, pelo menos naquele ano, não sabiam o que fazer... Eu não me lembro qual partida, que eu assistia na internet, que Kasparov jogava de brancas. Eu vou achar esse jogo e colocar aqui. Depois de uns 20 lances o jogo estava daquele jeito que eu falei acima, e o programa simplesmente esperou uma dezena de lances, mexendo uma torre ou cavalo, não me lembro, pra cima e pra baixo atrás da cadeia de peões, enquanto Kaspi tranquilamente preparava o estouro de um cavalinho num peão lá em b6 ou c6, bem no pé da cordilheira, de maneira que as torres pudessem entrar e fazer a festa. O programa foi simplesmente incapaz de avançar os peões na outra ala ou tentar alguma coisa a não ser esperar...

Muita água tem rolado depois desses jogos pois um dia desses fizeram um torneio com três programas contra três humanos, acho que Topalov, Karjakin e Ponomarianov (?). Topalov foi o melhor humano colocado, em terceiro...Tá literalmente russo!

csparrowBrazil flag
Mar 27 2006 11:19 AM
Eu não duvido sobre o progresso dos programas. Era apenas ignorância, Roberto. Se bem que, mesmo assim, ao ler a história dos gambitos aleatórios (aliás, "randomicos") do Harding, achei que ele estava falando de outra época... Não acho que seja possível vencer computadores (hoje) com jogo tático - afinal, essas máquinas existem para calcular melhor do que a gente, foi por (e para) isso que as inventamos, e tática é aquele negócio: contra um humano pode perfeitamente dar certo um recurso tático com cálculo impreciso, uma combinação feita mais por intuição, como Tahl cansou de fazer (e, a propósito, Smyslov também), do que por cálculo rigoroso. Até um blefe pode dar certo, como Tahl se referiu a uma jogada que fez contra Botvinnik (literalmente, Tahl comentou: "é blefe, mas é bom"), no match em que conquistou o título mundial. Mas isso dá certo porque o xadrez é também um jogo psicológico. Logo, é a limitação do oponente, limitação, antes de tudo, na capacidade de calcular friamente, que faz com que combinações desse tipo funcionem. Mas, contra uma máquina, esse é, precisamente, o fator que não existe.

Mas achei muito interessante o que você colocou. Aprendi uma porção de coisas.

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