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Topic: Análises (em português e outras línguas clássicas...)
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csparrowBrazil flag
Esta partida não foi jogada aqui no QA, por isso vai sob a forma de texto, ao invés de pgn. (Roberto: existe forma de usar o programa do QA para postar partidas não jogadas aqui?). Ela já foi publicada em outro site, mas não me lembro se já a postei em outro tópico do forum. Seja lá como for, ela tem, a meu ver, razoável interesse teórico para os adeptos da Índia do Rei e para os adeptos do Ataque Taimanov. E, por outro lado, serve de introdução à próxima partida que pretendo postar - esta, sim, jogada aqui no QA.

Lopes, Carlos - Petruzzelli, Raffaele
Match CXV (Brasil) - SEMI (Itália)

1.Nf3 Nf6 2.d4 g6 3.c4 Bg7 4.Nc3 0-0 5.e4 d6 6.Be2 e5 7.0-0


Eu havia sido derrotado, pouco antes desta partida, por um norte-americano, num jogo por e-mail, jogando 7.Be3. Por esta razão, depois de estudar essa derrota, voltei ao lance que costumeiramente utilizava: o roque é a jogada mais segura nesta posição. As outras alternativas (7.Be3 e 7.d5) são plenamente jogáveis, porém algo menos sólidas.

7...Nc6 8.d5 Ne7 9.b4

A Variante Taimanov, uma tentaativa de ataque de infantaria sobre o flanco da dama negro. Outras opções são: I) 9.Nd2 a5 10.a3 Nd7 11.Rb1 f5; e II) 9.Ne1 Nd7 10.f3 f5 11.Be3 f4.

9...Nh5

O objetivo desta jogada é liberar e apoiar o avanço f7-f5 para o contra-ataque negro no flanco do rei branco. O teórico soviético Eduard Gufeld recomendou 9...a5 para tentar deter o ataque branco na ala da dama antes de empreender o contra-ataque no outro flanco. Porém, Pachman (citado por Hélder Câmara) postulou a inutilidade deste lance, uma vez que poderia se seguir 10.Ba3 b6 11.bxa5 Rxa5 12.Bb4 Ra8 13.a4 e, depois de 14.a5, as brancas têm posição praticamente vencedora.

10.Re1 f5 11.Ng5

Gufeld classificou esta jogada como "uma continuação de princípio", uma vez que o cavalo branco em g5 ataca a principal debilidade negra, a casa e6, com a intenção de sacrificar um peão em troca de maior mobilidade para o ataque. Inferior é 11.c5 uma vez que seguiria 11...fxe4 12.Nxe4 Nf4 13.Bxf4 Rxf4 14.Nfd2 dxc5 15.Bc4 Kh8 16.Nxc5 Nxd5 17.Nde4 c6 18.b5 Rf8 19.Rb1 Qc7 e o jogo é, pelo menos, igual. (19...Nb6? favorece às brancas, pois 20.Qxd8 Rxd8 21.Ng5 como se viu em Kramnik-Gelfand, Novgorod, 1996.)

11...Nf6 12.Bf3

Esta jogada, aparecida pela primeira vez em Kramnik-Polgar (J.), Viena, 1996, tem sido a minha preferida nesta variante. No entanto, hoje não estou totalmente seguro de que ela seja superior em relação ao lance tradicional, 12.f3.

12...c6 13.Be3

Jogada popularizada por Kramnik. Ver Eric Schiller, "World Champion Openings", pág. 362. Mas também já se jogou, nesta posição: I) 13.b5 (Lautier-Ivanchuk, Calvia, 2004, 1/2-1/2 e Pelletier-Nakamura, Biel, 2005, 1-0); II) 13.Qb3 (p. ex., Bacrot-Kasimdzhanov, Moscou, 2002, 0-1 e Bacrot-Radjabov, Bled, 2002, 1-0); III) 13.Bb2 (Bareev-Radjabov, Enghien, 2003, 1-0 e Shirov-Radjabov, Linares, 2004, 1-0)

13...cxd5 14.cxd5 h6

Aqui tive uma surpresa, aliás, agradável. Todas as jogadas seguintes, até 18...d5, foram enviadas pelo meu oponente como condicionais, numa única mensagem, de uma única vez. O motivo da surpresa - e, sobretudo, do agrado -, é explicado no comentário à jogada 18 das negras.

15.Ne6 Bxe6 16.dxe6 fxe4 17.Nxe4 Nxe4 18.Bxe4 d5

As condicionais de meu oponente conduziram, de uma única vez, à mesma posição de um jogo famoso, Kramnik-Polgar, Linares, 1997, 1-0. O problema é que, desde 1997, todas as análises, em, talvez, dezenas de artigos, apontaram essa posição como favorável às brancas. A razão é que as brancas ficam com um par de bispos temíveis e as negras com dois peões centrais dificilmente defensáveis. No entanto, meu oponente parecia ignorar essas análises.

19.Bc2

Fui, então, pelo mesmo caminho de Kramnik. Mais fraca é a ocupação imediata (e prematura) da casa c5 com 19.Bc5 , jogada introduzida numa partida por correspondência, Pankratov-Seres, 1997, 1/2-1/2, que permite às negras igualarem com mais facilidade.

19...e4?!

Aqui, outra surpresa: meu oponente repetiu a duvidosa jogada de Judite Polgar no jogo citado com Kramnik, apesar de todas as análises posteriores que apontaram a debilidade do lance. O próprio Kramnik, em análise bastante conhecida, havia apontado 19...b6!? como o lance melhor na posição, restringindo o domínio branco sobre a casa c5 e, como consequência, limitando o potencial ofensivo do bispo branco de casas escuras. A isso poderia se seguir 20.Qg4 (20.Ba4?!).

20.Rc1 a5?!

Por estranho paradoxo, meu oponente saiu do caminho de Polgar, na partida de 1997 com Kramnik exatamente quando a jogada feita por ela era a melhor na posição. Judite havia jogado 20...d4 ao que se seguiu 21.Bd2 e3 22.fxe3 d3 23.Bb3 Qd6 24.Qg4 Be5 25.Rf1 Bxh2+ 26.Kh1 Qg3 27.Qd4 Qe5 28.Rf7 Rxf7 29.exf7+ Kh7 30.Qxe5 Bxe5 31.Rc5 Bd6 32.Rc4 Nc6 33.b5 Ne5 34.Rd4 Bf8 35.Re4 Bg7 36.Bb4 d2 37.Rxe5 Rd8 38.Re8 e as pretas abandonaram.

21.bxa5

Também era bom 21.Bb3 axb4 (21...a4 22.Bxa4 Kh7) 22.Qg4; algo mais fraco era 21.Bc5 Bc3 22.Bxe7.

21...Qxa5

Outra surpresa. Eu havia previsto apenas 21...Rxa5 22.Bb3 (22.Rb1 Qc8 23.Ba4; 22.Bxe4 dxe4 23.Qxd8 Rxd8 24.Bb6 Rda8 25.Bxa5 Rxa5) 22...d4 (22...Qd6 23.Qd2 Rb5 24.Bxh6 Bxh6 25.Qxh6 Qxe6) 23.Bd2 Raf5 24.Rxe4 Rxf2 25.Bc4. Os movimentos seguintes têm como alvo os dois peões centrais, fraqueza fatal das negras.

22.Bb3 Rac8 23.Rxc8

Também era interessante 23.Qe2.

23...Rxc8 24.Qe2 Qc7?!

Era melhor 24...Rc6 ao que se poderia replicar com 25.Rd1.

25.Rc1 Qa5?

Eu havia esperado 25...Qe5 e havia preparado a resposta: 26.Rxc8+. Aqui, diante de mais uma resposta inesperada, fui obrigado a pensar em como continuar o ataque aos peões centrais. Teoricamente eles eram indefensáveis. O problema era como passar da teoria para a prática, em suma, passar do terreno da estratégia ao terreno da tática, pois somente através deste último é que o primeiro poderia se realizar. Foi então que consegui ver a combinação que se segue. A chave para ela é que se o peão de e6 se deslocar para e7 o rei negro fica em xeque pelo bispo banco de b3. O que significa que em vez de sacrificar o peão, como era o plano original, nesse caso as brancas podem coroá-lo. Portanto, era necessário: 1) deslocar o cavalo de e7, para que o peão avançasse; 2) tirar o peão negro de d5 da diagonal do bispo branco. No entanto, essa última condição somente era possível com a perda da dama. Mas, se as brancas podem coroar o seu peão, não tem importãncia a perda temporária da sua dama.

Provavelmente, o melhor para as negras teria sido trocar a dama por uma torre e um bispo: 25...Qxc1+ 26.Bxc1 Rxc1+ 27.Bd1 Be5, no entanto, não é fácil tomar esta decisão.

26.Rxc8+

O objetivo desta troca, evidentemente, é realizar a primeira premissa da combinação: deslocar o cavalo de e7, onde ele protege o peão negro de d5, que por sua vez protege o peão de e4.

26...Nxc8

O cavalo foi deslocado. Mas, para que ele não volte a tempo, é preciso arrumar uma ameaça imediata que impeça às negras jogar com o cavalo. Ao mesmo tempo, era preciso realizar a segunda condição para a efetividade da combinação.

27.Bd2!?

Esta é a outra chave da combinação. O bispo branco de casas escuras sai da frente da sua dama com ameaça à dama oposta. É fácil calcular (ver abaixo) que a única casa em que a dama negra pode ir sem perder a partida imediatamente é a casa c5. A jogada rotineira teria sido 27.Qd2 Qxd2 28.Bxd2 que também ganha, mas por um caminho mais longo.

27...Qc5

Se 27...Bc3 28.Bxh6; Se 27...Qb6 28.Bxd5; Se 27...Qd8 28.Qb5; Se 27...Qc7 28.Bxd5; Se 27...Qa7 28.Bxd5; Se 27...Qa8 28.Bb4 impedindo a volta do cavalo; Se 27...Qa3 28.Bxd5.

28.Qxe4!

Realizada a combinação. As negras são obrigadas a tomar a dama ou perder imediatamente (ver comentário à jogada seguinte).

28...dxe4

Todas as alternativas são desesperadoras. Por exemplo: I) 28...Ne7 29.Qf4 Nc6 (29...Qc8 30.Qf7+; 29...g5 30.Qb8+) 30.h4; II) 28...Nd6 29.Qxd5; III) 28...Kh7 29.Qxd5.

29.e7+ Kh7 30.e8Q Ne7 31.g3 b5 32.h4!

Com o objetivo de reservar a casa f4 para o bispo.

32...b4?

Minha previsão era 32...Qd6 33.Bf4 Qc5 o que realmente faz com que seja possível uma resistência mais longa. Mas, de qualquer forma, a partida está perdida para as negras.

33.Bf4 g5? 34.Be3 Qe5 35.h5

Também ganhava 35.hxg5 hxg5 36.Qh5+.
1-0


robelixBrazil flag
Testando...e após umas 297 tentativas, que devem ter inflacionado a contagem das postagens (Alô Masegui!)pelo menos o jogo está funcionando até o fim. As variações já complicam mais, pois o Parser do site é muiiiito sensível, e qualquer errinho, tipo um ponto (.) no lugar errado já inabilitam o lance, mas taí, para os leitores da língua Portuguêsa com certeza, e primas latino-romanas!

Lopes, Carlos - Petruzzelli, Raffaele
Match CXV (Brasil) - SEMI (Itália)


FlipFirst Move   Previous MoveNext Move   Previous Move (with variations)Next Move (with variations)   Last Move

1. Nf3 Nf6 2. d4 g6 3. c4 Bg7 4. Nc3 0-0 5. e4 d6 6. Be2 e5 7. 0-0

( Eu havia sido derrotado, pouco antes desta partida, por um norte-americano, num jogo por e-mail, jogando 7. Be3 Por esta razão, depois de estudar essa derrota, voltei ao lance que costumeiramente utilizava: o roque é a jogada mais segura nesta posição. As outras alternativas ( 7. Be3 e 7. d5 ) são plenamente jogáveis, porém algo menos sólidas. )

7... Nc6 8. d5 Ne7 9. b4

( A Variante Taimanov, uma tentaativa de ataque de infantaria sobre o flanco da dama negro. Outras opções são: I ) ( 9. Nd2 a5 10. a3 Nd7 11. Rb1 f5; e II ) ( 9. Ne1 Nd7 10. f3 f5 11. Be3 4. ) )

9... Nh5

( O objetivo desta jogada é liberar e apoiar o avanço f7-f5 para o contra-ataque negro no flanco do rei branco. O teórico soviético Eduard Gufeld recomendou 9... a5 para tentar deter o ataque branco na ala da dama antes de empreender o contra-ataque no outro flanco. Porém, Pachman ,citado por Hélder Câmara, postulou a inutilidade deste lance, uma vez que poderia se seguir 10. Ba3 b6 11. bxa5 Rxa5 12. Bb4 Ra8 13. a4 e, depois de 14. a5 , as brancas têm posição praticamente vencedora )

10. Re1 f5 11. Ng5

( Grunfeld classificou esta jogada como "uma continuação de princípio", uma vez que o cavalo branco em g5 ataca a principal debilidade negra, a casa e6, com a intenção de sacrificar um peão em troca de maior mobilidade para o ataque. Inferior é 11. c5 uma vez que seguiria 11... fxe4 12. Nxe4 Nf4 13. Bxf4 Rxf4 14. Nfd2 dxc5 15. Bc4 Kh8 16. Nxc5 Nxd5 17. Nde4 c6 18. b5 Rf8 19. Rb1 Qc7 e o jogo é, pelo menos, igual 19... Nb6? favorece às brancas, pois 20. Qxd8 Rxd8 21. Ng5 como se viu em Kramnik-Gelfand, Novgorod, 1996 )

11... Nf6 12. Bf3

( Esta jogada, aparecida pela primeira vez em Kramnik-Polgar ( J. ) , Viena, 1996, tem sido a minha preferida nesta variante. No entanto, hoje não estou totalmente seguro de que ela seja superior em relação ao lance tradicional, 12. f3 )

12... c6 13. Be3

( Jogada popularizada por Kramnik. Ver Eric Schiller, "World Champion Openings", pág. 362. Mas também já se jogou, nesta posição: I ) ( 13. b5 ( Lautier-Ivanchuk, Calvia, 2004, 1/2-1/2 e Pelletier-Nakamura, Biel, 2005, 1-0 ) ; II ) ( 13. Qb3 p. ex., Bacrot-Kasimdzhanov, Moscou, 2002, 0-1 e Bacrot-Radjabov, Bled, 2002, 1-0 ) ; III ) ( 13. Bb2 Bareev-Radjabov, Enghien, 2003, 1-0 e Shirov-Radjabov, Linares, 2004, 1-0 ) )

13... cxd5 14. cxd5 h6

( Aqui tive uma surpresa, aliás, agradável. Todas as jogadas seguintes, até 18... d5, foram enviadas pelo meu oponente como condicionais, numa única mensagem, de uma única vez. O motivo da surpresa - e, sobretudo, do agrado -, é explicado no comentário à jogada 18 das negras. )

15. Ne6 Bxe6 16. dxe6 fxe4 17. Nxe4 Nxe4 18. Bxe4 d5

( As condicionais de meu oponente conduziram, de uma única vez, à mesma posição de um jogo famoso, Kramnik-Polgar, Linares, 1997, 0. O problema é que, desde 1997, todas as análises, em, talvez, dezenas de artigos, apontaram essa posição como favorável às brancas. A razão é que as brancas ficam com um par de bispos temíveis e as negras com dois peões centrais dificilmente defensáveis. No entanto, meu oponente parecia ignorar essas análises. )

19. Bc2

( Fui, então, pelo mesmo caminho de Kramnik. Mais fraca é a ocupação imediata ( e prematura ) da casa 19... c5 com 19. Bc5 , jogada introduzida numa partida por correspondência, Pankratov-Seres, 1997, 1/2-1/2, que permite às negras igualarem com mais facilidade. )

19... e4?!

( Aqui, outra surpresa: meu oponente repetiu a duvidosa jogada de Judite Polgar no jogo citado com Kramnik, apesar de todas as análises posteriores que apontaram a debilidade do lance. O próprio Kramnik, em análise bastante conhecida, havia apontado 19... b6!? como o lance melhor na posição, restringindo o domínio branco sobre a casa c5 e, como consequência, limitando o potencial ofensivo do bispo branco de casas escuras. A isso poderia se seguir 20. Qg4 ( 20. Ba4?! ) . )

20. Rc1 a5?!

( Por estranho paradoxo, meu oponente saiu do caminho de Polgar, na partida de 1997 com Kramnik exatamente quando a jogada feita por ela era a melhor na posição. Judite havia jogado 20... d4 ao que se seguiu 21. Bd2 e3 22. fxe3 d3 23. Bb3 Qd6 24. Qg4 Be5 25. Rf1 Bxh2+ 26. Kh1 Qg3 27. Qd4 Qe5 28. Rf7 Rxf7 29. exf7+ Kh7 30. Qxe5 Bxe5 31. Rc5 Bd6 32. Rc4 Nc6 33. b5 Ne5 34. Rd4 Bf8 35. Re4 Bg7 36. Bb4 d2 37. Rxe5 Rd8 38. Re8 e as pretas abandonaram )

21. bxa5


( Também era bom 21. Bb3 axb4 ( 21... a4 22. Bxa4 Kh7 ) 22. Qg4 algo mais fraco era ( 21. Bc5 Bc3 22. Bxe7 ) )

21... Qxa5

( Outra surpresa. Eu havia previsto apenas 21... Rxa5 22. Bb3 ( 22. Rb1 Qc8 23. Ba4 ) ; ( 22. Bxe4 dxe4 23. Qxd8 Rxd8 24. Bb6 Rda8 25. Bxa5 Rxa5 ) 22... d4 ( 22... Qd6 23. Qd2 Rb5 24. Bxh6 Bxh6 25. Qxh6 Qxe6 ) 23. Bd2 Raf5 24. Rxe4 Rxf2 25. Bc4. Os movimentos seguintes têm como alvo os dois peões centrais, fraqueza fatal das negras )

22. Bb3 Rac8 23. Rxc8

( Também era interessante 23. Qe2. )

23... Rxc8 24. Qe2 Qc7?!

( Era melhor 24... Rc6 ao que se poderia replicar com 25. Rd1. )

25. Rc1 Qa5?

( Eu havia esperado 25... Qe5 e havia preparado a resposta: 26. Rxc8+. Aqui, diante de mais uma resposta inesperada, fui obrigado a pensar em como continuar o ataque aos peões centrais. Teoricamente eles eram indefensáveis. O problema era como passar da teoria para a prática, em suma, passar do terreno da estratégia ao terreno da tática, pois somente através deste último é que o primeiro poderia se realizar. Foi então que consegui ver a combinação que se segue. A chave para ela é que se o peão de e6 se deslocar para e7 o rei negro fica em xeque pelo bispo banco de 3. O que significa que em vez de sacrificar o peão, como era o plano original, nesse caso as brancas podem coroá-lo. Portanto, era necessário: 1 ) deslocar o cavalo de e7, para que o peão avançasse; 2 ) tirar o peão negro de d5 da diagonal do bispo branco. No entanto, essa última condição somente era possível com a perda da dama. Mas, se as brancas podem coroar o seu peão, não tem importãncia a perda temporária da sua dama. )

( Provavelmente, o melhor para as negras teria sido trocar a dama por uma torre e um bispo: 25... Qxc1+ 26. Bxc1 Rxc1+ 27. Bd1 Be5, no entanto, não é fácil tomar esta decisão. )

26. Rxc8+

( O objetivo desta troca, evidentemente, é realizar a primeira premissa da combinação: deslocar o cavalo de e7, onde ele protege o peão negro de d5, que por sua vez protege o peão de 4. )

26... Nxc8

( O cavalo foi deslocado. Mas, para que ele não volte a tempo, é preciso arrumar uma ameaça imediata que impeça às negras jogar com o cavalo. Ao mesmo tempo, era preciso realizar a segunda condição para a efetividade da combinação )

27. Bd2!?

( Esta é a outra chave da combinação. O bispo branco de casas escuras sai da frente da sua dama com ameaça à dama oposta. É fácil calcular ,ver abaixo, que a única casa em que a dama negra pode ir sem perder a partida imediatamente é a casa 5. A jogada rotineira teria sido 27. Qd2 Qxd2 28. Bxd2 que também ganha, mas por um caminho mais longo )

27... Qc5

( Se 27... Bc3 28. Bxh6 ) ; ( Se 27... Qb6 28. Bxd5 ) ; ( Se 27... Qd8 28. Qb5 ) ; ( Se 27... Qc7 28. Bxd5 ) ; ( Se 27... Qa7 28. Bxd5 ) ; ( Se 27... Qa8 28. Bb4 impedindo a volta do cavalo ) ; ( Se 27... Qa3 28. Bxd5 )

28. Qxe4!

Realizada a combinação. As negras são obrigadas a tomar a dama ou perder imediatamente ,ver comentário à jogada seguinte

28... dxe4

( Todas as alternativas são desesperadoras. Por exemplo: I 28... Ne7 29. Qf4 Nc6; 29... Qc8 30. Qf7+; 29... g5 30. Qb8+ 30. h4 II 28... Nd6 29. Qxd5 III 28... Kh7 29. Qxd5 )

29. e7+ Kh7 30. e8=Q Ne7 31. g3 b5 32. h4!

( Com o objetivo de reservar a casa f4 para o bispo )

32... b4?

( Minha previsão era 32... Qd6 33. Bf4 Qc5 o que realmente faz com que seja possível uma resistência mais longa. Mas, de qualquer forma, a partida está perdida para as negras )

33. Bf4 g5? 34. Be3 Qe5 35. h5

( Também ganhava 35. hxg5 hxg5 36. Qh5+ )
1-0











csparrowBrazil flag
Beleza, Roberto!

csparrowBrazil flag
Esta partida, como a anterior, é uma Índia do Rei-Ataque Taimanov, e a comparação entre elas é bastante interessante. Os comentários iniciais são, evidentemente, os mesmos. Porém, logo em seguida a partida toma outros rumos. Por razões que nem quero lembrar, já foi publicada em outra parte deste forum. Escrevi a análise em inglês, o que quer dizer que a língua não deve estar lá estas coisas... A propósito, estou com uma dificuldade com o programa do QA: toda vez que escrevo o nome de uma casa, some a letra correspondente: por exemplo, na primeira análise deste tópico, onde escrevi "dama em b6", saiu "dama em 6" (o negrito foi acrescentado pelo programa). Como não sei o que fazer para resolver esse problema, publico em duas versões: em texto e em pgn.



csparrow - bobbyfour [E97]
AUTO-ELITE-24, 07.01.2006

1.Nf3 d6 2.d4 Nf6 3.c4 g6 4.Nc3 Bg7 5.e4 0-0 6.Be2 e5 7.0-0 Nc6 8.d5 Ne7 9.b4

The Taimanov Variation.

Nh5 10.Re1 f5 11.Ng5

Gufeld: "A continuation on principle. The knight goes to the weak square e6, with the clear intention to sacrifice a pawn, since whom White get to increase the dynamic potential of its pieces".

Hélder Câmara: "Kramnik-Gelfand, Novgorod, 1996, 1/2-1/2 showed c5 it is not better".

Nf6 12.f3

I think better 12.Bf3! (Kramnik-Polgar, Vienna, 1996, 1-0). (But I had played this move in my game against spike (www.queenalice.com./game.php?id=34842), and I wanted to explore other variation).

12...Nh5 13.c5 Nf4 14.Bc4 Kh8 15.Rb1

Until here, exactly as Bareev-Radjabov, Wijk aan Zee, 2003, 1-0.

15...dxc5

Novelty introduced by Stellwagen in Van Wely-Stellwagen, Maastricht, 2005, 0-1.

16.bxc5 Nexd5?

It´s a mistake, or, at least, a dubious move, analyzed enough since that the game above was published in The Week in Chess 549. In the game, after Stellwagen's error, Van Wely played the move 17.Nxd5?, leading to a disaster. I knew the correct reply: see, for instance, www.chessevents.nl/wst_vr1.htm.

17.Bxf4

Practically only move, because:
a) 17.Nxd5 Qxg5 18.Nxf4 exf4 19.e5 Qe7 20.Qb3 (Van Wely-Stellwagen) and the black position is evidently better.
b) 17.Bxd5? Qxg5 18.Qc2 c6, etc., and Black simply wins.

17...exf4 18.Nb5

Here: a) 18.Bxd5? Qxg5 19.Qb3 c6 and Black wins.
b) 18.Qxd5? Qxg5 19.e5 Re8 and Black wins.
c) 18.Nxd5 Qxg5 19.Nxc7 Rd8 - unclear.

18...Qxg5 19.exd5 Qd8 20.d6 cxd6 21.Nxd6 Qd7?

Better was 21...Qf6. Now, the game is over.

22.Be6 Qc7 23.Bxc8 Qxc5+ 24.Kh1 Rfxc8 25.Nxc8 Qxc8 26.Re7
1-0


csparrowBrazil flag
Aqui, a mesma partida no programa do QA. Qualquer dúvida é só consultar o texto acima.


FlipFirst Move   Previous MoveNext Move   Previous Move (with variations)Next Move (with variations)   Last Move

1. Nf3 d6 2. d4 Nf6 3. c4 g6 4. Nc3 Bg7 5. e4 0-0 6. Be2 e5 7. 0-0 Nc6 8. d5 Ne7 9. b4

The Taimanov Variation.

9... Nh5 10. Re1 f5 11. Ng5

Gufeld: "A continuation on principle. The knight goes to the weak square e6, with the clear intention to sacrifice a pawn, since whom White get to increase the dynamic potential of its pieces".

Hélder Câmara: "Kramnik-Gelfand, Novgorod, 1996, 1/2-1/2 showed 11... c5 it is not better".

Nf6 12. f3

I think better 12. Bf3! ( Kramnik-Polgar, Vienna, 1996, 1-0 ) . ( But I had played this move in my game against spike ( www.queenalice.com./game.php?id=34842 ) , and I wanted to explore other variation ) .

12... Nh5 13. c5 13... Nf4 14. Bc4 Kh8 15. Rb1

Until here, exactly as Bareev-Radjabov, Wijk aan Zee, 2003, 0.

15... dxc5

Novelty introduced by Stellwagen in Van Wely-Stellwagen, Maastricht, 2005, 1.

16. bxc5 16... Nexd5?

It´s a mistake, or, at least, a dubious move, analyzed enough since that the game above was published in The Week in Chess 549. In the game, after Stellwagen's error, Van Wely played the move 17. Nxd5?, leading to a disaster. I knew the correct reply: see, for instance, 1. htm.

17. Bxf4

Practically only move, because:

a ) 17. Nxd5 17... Qxg5 18. Nxf4 exf4 19. e5 Qe7 20. Qb3 ( Van Wely-Stellwagen ) and the black position is evidently better.

b ) 17. Bxd5? Qxg5 18. Qc2 c6, etc., and Black simply wins.

17... exf4 18. Nb5

Here:

a ) 18. Bxd5? Qxg5 19. Qb3 c6 and Black wins.

b ) 18. Qxd5? Qxg5 19. e5 19... Re8 and Black wins.

c ) 18. Nxd5 Qxg5 19. Nxc7 Rd8 - unclear.

18... Qxg5 19. exd5 Qd8 20. d6 cxd6 21. Nxd6 Qd7?

Better was 21... Qf6. Now, the game is over.

22. Be6 Qc7 23. Bxc8 Qxc5+ 24. Kh1 Rfxc8 25. Nxc8 Qxc8 26. Re7
1-0


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