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Topic: I Torneio Aberto do Brasil (portuguese)
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Pessoal,
Estou muito feliz com esse site, e acabei de fazer uma doação simbólica de meros 5 dólares para o QA.
Duas coisas principalmente gostaria de compartilhar com vc: 1) o fato do site ser totalmente gratuito, e o Miguel estar sempre ajudando a todos se dedicando nesse trabalho voluntário, e como sabemos, de voluntariado o brasileiro sempre deu show, e eu gostaria de dar um Feliz Natal ao QA em retribuição à tanta dedicação que ele nos tem dado. 2) A idéia de criar torneios de usuários finalmente funcionando, que só isso já é motivo enorme para uma colaboração, pois agora o QA, gratuito, já está concorrendo de igual para igual com sites pagos, além de ter uma interface muito mais bonita! 
Em especial, o ítem 2, escrevo essa mensagem aqui pois todos nós tivemos a oportunidade de iniciar esse torneio excelente que reuniu 20 amigos que se formaram aqui nesta comunidade. O I Aberto do Brasil iniciou rapidamente, como se todos estivessem esperando por essa oportunidade!
Por isso, todos verão no meu apelido pelos próximos 30 dias o sinalzinho de cifrão ($), e eu (sem ganhar comissão nem nada!) gostaria muito de ver todos os membros deste torneio também com o sinalzinho de agradecimento por esse site!
Que tal o mutirão de doação? Claro, quem não puder ou quiser, não se sinta mal nem nada... Apenas uma alegre sugestão!
Abraços a todos e Feliz natal ao QA e a nós!
Beco.
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legal a sua iniciativa, e fazer isto aqui, sbemos que o queenalice conquistou mais os brasiliros que quais quer outros paises, poderiamos fazer esta caixinha de natal para o site, mesmo que seja um preço simbólico, vou ja dar uma olhada em como fazer estadoação
Chaturanga
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Pode contar comigo... o QA é 10 tenho desenvolvido meus estudos no QA, pois é realmente um interligação entre jogadores de todos os níveis e de várias partes do mundo... quem sabe não faremos um dia um torneio real dos jogadores brasileiros do QA.. Um abraço a todos.
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Esta foi uma das partidas mais interessantes que já joguei nos últimos tempos. Meu oponente mostrou uma criatividade invejável (pelo menos eu invejo, e sem pudor de invejar). Como, apesar de já ter tentado umas 10 vezes, não consigo passá-la para o programa pgn do QA sem incorreções, copio abaixo, literalmente.
Alexsandro - csparrow
Brazil Open, QA, 2006
1.e4 c5 2.Nf3 d6 3.d4 cxd4 4.Nxd4 Nf6 5.Nc3 a6 6.Be3 e5 7.Nb3 Be6 8.f3 h5
Uma idéia de Sakaev (Svidler-Sakaev, 1995) , adotada, entre outros, por Anand, cuja essência é travar ou dificultar o avanço branco no flanco do rei.
[O mais rotineiro é 8...Nbd7 ; ou 8...Be7]
9.Qd2 Nbd7
[Ou 9...Be7]
10.0-0-0 Rc8
Uma jogada posta em moda por Gelfand ( Kovacevic-Gelfand, 1997. V., também, Shirov-Svidler, 1998 ) .
[As alternativas são: [A ) 10...Be7 ; B ) 10...b5 ; C ) 10...Qc7]
11.Kb1 Be7
11...Qc7 (Wang Zili-Van Wely, 1997)]
12.Nd5 Bxd5
Segundo alguns, a tomada com o bispo daria mais alternativas de jogo às negras. No entanto, isso não me parece claro.
[A outra possibilidade, naturalmente, é 12... Nxd5 ao que poderia se seguir, por exemplo, 13. exd5 Bf5 14. Bd3 Bxd3 15. Qxd3 Bg5 16. Bf2 16... 0-0 ( Socko-Gallagher, 1999 )]
13.exd5 Nb6 14.Bxb6 Qxb6 15.Bd3
Lance bastante interessante. Ao invés do bispo sair por h3 (15. g3 e, depois, 15.Bh3, com domínio sobre a diagonal h3-c8, aproveitando uma debilidade congênita da Najdorf e atacando a torre em c8) , ele é colocado no cruzamento das diagonais f1-a6 e b1-h7, considerando o fato de que, depois das trocas no centro, a ação da dama está, de qualquer forma, bloqueada pelo seu próprio peão. Assim, a colocação do bispo em d3 não interrompe esta ação, pela simples razão de que ela já foi interrompida. O plano no qual esta jogada está inserida é bem explícito em Timman-De Firmian, 1999.
[Para o plano implícito na mencionada 15.g3 ver p. ex., Shirov-Svidler, Linares, 1998. Quanto a 15.c4, parece haver aqui um problema estratégico: as brancas não resolveram como atacar no flanco do rei e decidem atacar no flanco onde as negras estão atacando. Na Siciliana, não parece boa política.]
15...0-0
[se 15...g6 16.Rhe1 - Timman-De Firmian, 1999]
[se 15...Rc7 16.Bf5]
[15...Nxd5?? 16.Bf5]
16.Rhe1 Rfe8
Uma tentativa de explorar um caminho não habitual. A jogada antecipa-se ao avanço branco f3-f4, tentando preparar uma ação central como resposta ao possível ataque branco no flanco do rei.
[16...Bd8 (Yagupov-Rashkovsky, 2000) , pareceu-me lenta em demasia como resposta ao avanço branco]
[Porém, 16...g6 (Calzolari-De Groot, 2001) é mais interessante. Mas há nela algo de excessivamente passivo para a situação, que logo se tornará crítica.]
17.g4!
Por que uma exclamação, e não um sinal de jogada duvidosa? Porque, mais importante do que o valor intrínseco, isto é, lógico. da jopgada é a criatividade do meu oponente. Xadrez é luta, já disse Lasker. E já que citamos um dos grandes, citaremos outro: Botvinnik detestava enfrentar jogadores "táticos", aqueles que, a rigor, são imprevisíveis. Eu também, sem nenhuma outra comparação com Botvinnik. Esta jogada, devo confessar, me deixou estonteado. Num momento o terreno estava firme e, de repente... A linha pareceu-me um gambito: uma troca de material por tempo, mobilidade e ataque. Independente do resultado da partida, uma maneira engenhosa de tentar resolver os problemas que a sub-variante Sakaev coloca para as brancas no flanco do rei.
[Eu tinha previsto 17.f4 17...Nxd5 18.fxe5 dxe5 19.Rxe5 Nf6]
17...hxg4
"A única maneira de se refutar um gambito é aceitá-lo" (Fischer, “A Bust to the King's Gambit") . Mas eu não estava nem um pouco seguro de que seria possível refutar a linha de meu oponente.
18.fxg4 Nxg4
[Favorável às brancas é 18...Nxd5 19.Bf5 19...Nf4 20.Bxc8 Rxc8]
19.Rg1 Ne3 20.Rde1
[A outra alternativa que eu tinha analisado foi 20.Qf2 Bf8 (20...Kf8 21.Rde1 Nc4) 21.Rg4 e4 22.Rxe4 Rxe4 23.Bxe4 23...Re8 24.Rd4 Ng4]
20...e4 21. Bxe4
[Se 21.Qxe3 , então, 21...Qxe3 22.Rxe3 exd3 23.Rxd3 23...Bd8 com vantagem negra.]
21...Bg5 22.Bh7+
"Pela garra se conhece o leão". Eis aqui a marca do jogador "tático".
[Um jogador mais "posicional", provavelmente preferiria 22.Rxg5 Rxe4; ou 22.Qd3 Qb4]
22...Kxh7 23.Rxg5 g6 24.Qd3 Nc4 25.Rf1 Qc7 26.Rfg1
Suspirei aliviado. Não há outra forma de descrever meus sentimentos na hora em que vi que meu oponente havia escolhido esta opção. Eu já havia encontrado uma resposta para ela.
[Mas não havia encontrado resposta à altura para 26. Rg3 . Talvez o futuro dessa linha dependa da análise desta variante.]
26...Re3!
Provavelmente, para mim, o lance mais difícil de perceber quando analisei as possíveis respostas ao "gambito" de meu oponente.
27.Qd4 Re5 28.R5g3?!
[Melhor era 28.Rxe5 dxe5 29.Qd3 com posição negra ligeiramente superior.]
28...Qe7 29.Nc1?!
[Eu estava esperando 29.Rh3+ Kg8; Mas é possível que o melhor na posição fosse 29.a3]
29...Qf6 30.c3
[30.Rc3 parece-me claramente melhor, com a possível continuação: 30...b5 31.Rgg3 Rc5 32.Rcf3 ( ou, talvez, 32.Rgf3 ) 32...Qe7]
30...Qf5+ 31.Ka1 Qe4 32.Qa7!
[As brancas, realmente, não podem trocar a dama: 32.Qxe4 Rxe4 33.Kb1 33... Kg7 34.Rg4 Re5 35.Rd4 b5 36.h4 Rf5 37.Re1 Ne5 e não há mais o que fazer.]
32...Ne3
[Não era tão evidente quanto parece numa análise post-mortem que as brancas ganham depois de 32... Rxd5?? 33.Qxb7 Rf8 34.Rg4!; ou que, depois de 32...Qxd5 boa parte da vantagem posicional conquistada pelas negras esvai-se pelo ralo: 33.b3 Na3 34.Qf2 . O fato dessas duas variantes terem sido consideradas seriamente por mim só demonstra que as condições (sobretudo psicológicas) durante o jogo são qualitativamente diferentes daquelas existentes após o jogo, uma verdade que, enunciada deste jeito, parece banal, mas nem tanto, pois a confusão entre uma coisa e outra leva frequentemente a comentários e considerações inteiramente descabidas sobre o valor de tal ou qual jogada.]
33.a3 Re7
A primeira preocupação de quem está em superioridade, para que esta não se perca, deve ser a defesa.
[Aqui dá-se um caso semelhante ao do comentário anterior, somente que em sentido inverso: não me passou pela cabeça, durante a partida, jogar 33...Rce8? que conduz à igualdade. P. ex., 34.Qxb7 Nc2+ (34...Kg8 35.Qxa6 Rxd5 36.Qb7 Rd2 37.Qxe4 Rxe4 38.h3; 34...Qxd5 35.Qxa6 Re4 36.Rg5 Qd2 37.Nb3 Qxh2 38.Nd4 ) 35.Ka2 Qxd5+ 36.Qxd5 Rxd5 37.Rd3 Rxd3 38.Nxd3 , o que demonstra que, nas condições de jogo, determinados (falsos) caminhos são omitidos automaticamente, mas não nas condições de análise a posteriori. Porém, analisei 33...Nc2+, jogada mais fraca do que a textual: 34.Ka2 Qxd5+ 35.Nb3 Re2 36.h4 36...Rh2 37.h5 Rxh5 38.Qf2 e as brancas têm, pelo menos, base para lutar por um empate.]
34.h4 Rc5 35.h5 g5 36.Nb3
Nas circunstâncias, uma boa jogada.
[Não é melhor 36.Qb8 Nc2+ 37.Ka2 Qxd5+ 38.Nb3 Rb5, alternativa que não analisei durante a partida. Ou, a que eu realmente analisei, e gostaria que tivesse sido jogada, 36.Rxg5 Nc2+ 37.Ka2 Qc4+ 38.Kb1 e, aqui, há um belo arremate: 38...Nxa3+ 39.Ka1 (39.bxa3 Rb5+ 40.Kc2 Qe4+ 41.Nd3 Qe2+ 42.Kc1 Qxd3, etc.) 39...Nc2+ 40.Kb1 Ne3]
36...Rb5
Aqui, fiquei em dúvida entre esta jogada e 36...Rxd5. Acabei decidindo-me algo "por instinto", achando que a primeira levaria a um final mais fácil para o meu estilo. Mas não tenho certeza alguma, mesmo agora, de qual é a melhor.
[36...Rxd5 37.Qb8 Re8 38.Qc7 Qe7 39.Qxe7 Rxe7 (Esta foi a razão consciente porque optei pela outra alternativa: pareceu-me mais fácil arrematar o final se a dama ainda estivese no tabuleiro. Continuando: 40.Rxg5 Rxg5 41.Rxg5 Kh6 42.Rg1 42...f5 (ou 42...Kxh5)]
37.Nd4 Nc2+ 38.Nxc2 Qxc2 39.R3g2 Re1+ 40.Rxe1 Qxg2 41.Rb1 Qxd5 42.Qb8
[Além do lance do texto, eu havia analisado: A ) 42.Qa8 g4 43.Qf8 Qf3; B ) 42.Qf2 Qe6 43.Re1 (43.Rd1 Re5 44.Qd2 Kh6; 43.Qg2 g4; 43.Rf1 Kh6) 43...Re5; C ) 42.Qg1 Qe6]
42...g4 43.h6 Qf3
[Também ganha: 43...Qe6 44.Qf8 Rg5]
44.Qxd6
[Não faz diferença para o resultado da partida, mas é melhor 44.Qf8 Rg5]
44...g3 45.Rg1
[Ou 45.Qd4 Rg5 (45...g2?? 46.Qg7#)]
45...g2 46.Qd4 Rg5
[46...f6 também ganha: 47.Ka2 Kxh6; E 46...Kxh6?? perde miseravelmente: 47.Rxg2 f6 48.Qg1; Mas, por que não jogar imediatamente 46...Qf1+? Além das questões de estilo, posso apenas relatar a situação de acordo com as anotações que fiz durante a partida: como as brancas não são obrigadas a capturar a dama negra, me pareceu que isto permitiria a elas prolongar a partida. P. ex.: 47.Ka2 Rg5 48.Qh4 f6 49.Qd4 e o melhor que têm as negras para fazer é retornar com a dama: 49...Qf3]
47.Qd2
[É acadêmico dizer que 47.Ka2 era melhor. No entanto, era esta era a minha previsão, com a continuação: 47...Kxh6 (47...Rg4 48.Qd2 Qf1) 48.Kb3 f6]
47...Kxh6
[Também era bom 47...Qf1+ 48.Ka2 , mas preferi não abandonar a cautela. Já perdi suficientes partidas "ganhas" por mera ansiedade de ganhar.]
48.Ka2 Kh5 49.Qd6 Kg4
[49...Qf2 50.Qh2+ Kg6 51.Qd6+ f6 (51...Kg7)]
50.Qd2 Kh4 51.Kb3
[51.Qe1+ Kh3 52.Qe8 Kh2]
51...f5 52.Qe1+ Kh3
0-1
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Carlos, o Alex é meu amigo e foi uma partida muito disputada. Acontece que passei na casa dele outro dia e ele me mostrou esta partida, que ainda estava em andamento, e eu dei alguns pitacos. Eu achei que ele estava superior, portanto, espero que ele não tenha perdido por causa de minhas idéias malucas... 
Um abraço, Mário Sérgio
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